O que é mesmo um diácono?

abril 11, 2018


Diácono? 

O que é mesmo um diácono? 

O que faz o diácono? Tenho escutado esta pergunta desde que cheguei no Estado do Amazonas. 

Diácono! Palavra diferente. 


A estas perguntas pode-se dizer que são homens escolhidos por Deus, que generosamente respondem à vocação, confirmados pelo bispo e pela comunidade. Conduzidos pelo Espírito Santo, entregam-se a missão da Igreja como colaboradores dos bispos, sempre em unidade com o presbítério.

O termo diácono (do grego antigo διάκονος, "ministro", "servo", "ajudante"). Diakonia é a palavra grega que define a função dos diáconos. Esta palavra significa serviço, e é de tanta importância para a Igreja, que se confere por um ato sacramental chamado "ordenação", ou seja, pelo sacramento da Ordem. O Concílio Vaticano II restabeleceu o diaconato como um grau particular dentro da hierarquia, enquanto as Igrejas do Oriente sempre o mantiveram assim. Dessa forma, os homens casados que se dedicam a ajudar a Igreja por meio da vida litúrgica, pastoral ou nas obras sociais e caritativas podem se fortalecer recebendo a ordem do diaconato, unindo-se mais intimamente ao altar, para cumprir seu ministério com maior eficácia, por meio da graça sacramental do diaconato.

Diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. As mãos lhes são impostas pelo bispo para o ministério e não para o sacerdócio. Com a ordenação, o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Este Sacramento imprime caráter que o faz diácono por toda a eternidade. O diaconato não é coisa nova na igreja. Este serviço já era presente nas primeiras comunidades cristãs, como relata o apóstolo:
“Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária. Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus, para administrar. Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício. Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra. Este parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos.” (Atos 6, 1-6)
O diácono tem como referência o próprio Cristo que se fez servo por todos, como ensina o Catecismo da Igreja Católica:
“Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. O sacramento da Ordem marca-os com um selo (‘caráter’) que ninguém pode fazer desaparecer e que os configura com Cristo, que se fez ‘diácono‘, isto é, o servo de todos”.(Catecismo da Igreja Católica, 1570)
Santo Inácio de Antioquia comentou a importância dos diáconos. Ele dizia:
"Que todos reverenciem os diáconos como Jesus Cristo, como também o bispo, que é imagem do Pai, e os presbíteros, como o senado de Deus e como a assembléia dos apóstolos: sem eles, não se pode falar de Igreja" (Trall. 3, 1).

A Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano realizada em Puebla e que teve como preocupação básica: o que é evangelizar, hoje e amanhã, na América Latina? Lembrou a toda igreja que “o carisma do diácono, sinal sacramental de “Cristo Servo”, tem uma grande eficácia para a realização missionária com visitas à libertação integral do homem”. (Documento de Puebla, 697).

O Papa João Paulo II se referiu aos diáconos permanentes, dizendo que: “apresentam um rosto característico da Igreja, à qual tem prazer de estar próxima do povo e de sua realidade cotidiana para arraigar em sua vida o anúncio da mensagem de Cristo”.


Posso testemunhar que o meu ministério tomou sentido muito profundo na Amazônia. Animo, com minhas palavras, aos que serão ordenados diáconos transitórios:

Façam uma experiência em terras de missão!
Mergulhem no oceano, ou melhor...no rio amazonas do ministério  diaconal!
Não reduzam o diaconato a somente um passo intermediário rumo ao sacerdócio!
Sejam uma oferta de amor à Igreja e a si mesmo! 

Um diácono pode batizar, abençoar matrimônios, assistir os enfermos com o viático, celebrar a Liturgia da Palavra, pregar, enfim, evangelizar. Ao final, perceberá que quem mais ganhou e aprendeu foi você no seu ministério diaconal. 

Acredito que, para este momento, cabem muito bem as palavras de Cora Coralina, onde nos diz que “nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo,é o que dá sentido à vida”.

Assim, depois de um ano em missão na Amazônia, sinto-me feliz e convicto da minha vocação. Feliz por ter sido alcançado pela misericórdia de Deus que ama a todos. Tranquilo, pois sei que é o Senhor que chama e confirma a vocação por meio da Igreja. O que motiva a minha caminhada vocacional é o próprio Jesus Cristo, a minha devoção a virgem Maria, o serviço às pessoas necessitadas, e por fim, a certeza de ser um humilde instrumento nas mãos de Deus. 

Luiz de Lavor Marculino
Diácono da Diocese de Lins -SP

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