Aparecida: Mãe Misericordiosa

maio 22, 2017

Com muito júbilo o Papa Francisco, ao celebrar o centenário de Fátima, por duas vezes exclamou: “Temos uma mãe! Temos uma Mãe!” Sim, é verdade. O Papa relembra com alegria que Jesus, aos pés da Cruz, na pessoa de João, nos deu Maria como nossa Mãe.

Sabemos que desde o início do cristianismo os primeiros cristãos sentiram a presença muito forte de Maria como Mãe. Presença forte enquanto caminhava com os discípulos e como discípula de Jesus. Na maioria das vezes, uma presença silenciosa e orante. 

Após sua morte, compreendida muito cedo pela tradição cristã como “dormição”, os discípulos, seguidores de Jesus, incluíram em suas orações o pedido de intercessão à Mãe de Jesus. Aos poucos, foram sendo atribuídos a Maria vários títulos para invoca-la, e, dentre eles, o de “Mãe da Misericórdia”. Podemos compreender este título a partir do evangelho de São João, no relato das bodas de Caná. Ao verificar que na festa de casamento daquela família – ocasião em que se encontravam presentes também Jesus e seus discípulos – havia algo errado, Maria intercede a Jesus pela falta de vinho, que significava para a família um grande problema. Era o sexto dia: faltava mais um dia de festa. Maria se manifesta diante do problema com sentimento de preocupação, e este sentimento pode ser traduzido como misericórdia. 

Foi o primeiro sinal que Jesus realizou, e o fez a partir do ato misericordioso de sua Mãe. Jesus exclamou: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou” (Cf. Jo 2,4).. Ela, que confia em seu Filho e em sua misericórdia, diz aos serventes: “fazei o que Ele vos disser” (Cf. Jo 2,5). Não deveria ser diferente, visto que Maria é a Mãe de Jesus, que é a própria misericórdia encarnada em seu ventre. Logo, para gerar em seu ventre aquele que é a misericórdia, compreendemos que ela, antes de ser a Mãe de Jesus, já era misericordiosa. O seu “Sim” foi carregado de misericórdia, pois se tratava de uma participação na redenção, ao acolher para a humanidade a Salvação misericordiosa. A palavra de Maria aos serventes é carregada de confiança, porque ela antes confiou em Deus, que fez dela uma intercessora para salvar o homem, decaído pelo pecado original.  Seu “fiat” é resposta misericordiosa para o mundo. 

Esta Mãe misericordiosa continua intercedendo por seus filhos nos momentos mais difíceis e em situações de necessidades. Em nosso Brasil, apresentou-se como Mãe Aparecida, trazendo esperança e libertação para da escravidão. Hoje, após 300 anos de sua aparição no rio Paraíba do Sul, continua a dizer a seus filhos “fazei o que Ele vos disser” (Cf. Jo2,5).
Peçamos a nossa Senhora da Conceição Aparecida que interceda pelo nosso Brasil, sobretudo por este momento tão difícil em que se alastra o “câncer” da corrupção tolhendo o direito do progresso de uma nação e prejudicando os mais pobres.

Pe. Estêvão Maria da Divina Misericórdia, FGMC

Superior do Mosteiro da Divina Misericórdia

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