Amor e Sacrifício

junho 11, 2017

Desde os primórdios do cristianismo, os cristãos celebram o mandamento de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. De forma simples e obediente, iniciaram em suas casas os encontros de orações, e abençoavam o pão e o vinho, fazendo memória daquele gesto de Jesus, naquela quinta-feira, que chamamos de Quinta-feira Santa. Aos poucos, tomavam consciência de que no gesto de Jesus se encontrava o grande mistério de seu amor. Jesus, antes de se entregar em sacrifício na sua Paixão e Morte, tomou o pão e o abençoou e, em seguida, o cálice de vinho. O mistério não está simplesmente em abençoar, mas em suas Palavras: “Isto é o meu Corpo... Isto é o meu Sangue”. Isto É, e não meramente uma representação. Ele quis permanecer com e em favor de seus discípulos de forma viva e real; não os deixou órfãos.


Assim, compreenderam muito cedo os cristãos que, ao fazer memória da ceia que Jesus celebrou, atualiza-se seu gesto de amor e sacrifício no Pão e Vinho, que se tornam Eucaristia. Compreendemos que na cruz de Cristo se deu o sacrifício de amor que Ele ofereceu ao Pai; na Eucaristia, o sacrifício de amor que Ele oferece aos seus irmãos. 

Ao celebrar a Eucaristia, os fiéis oferecem, com Cristo, a maior ação de graças ao Pai; o mesmo ato de amor que Jesus ofereceu na cruz se atualiza na consagração da Eucaristia. Assim, cada vez que o sacerdote eleva a Hóstia consagrada na celebração da Santa Missa, os fiéis elevam juntamente com Jesus sua mais perfeita ação de graças.

 Comungar a Eucaristia é comungar o Amor e Sacrifício de Cristo. No seu Corpo e Sangue está sua Vida. É incompreensível nutrir-se do alimento eucarístico e não se transformar em sua Vida.  Cada comunhão deve provocar em nós o desejo da amar como Jesus amou.  E se preciso for, sacrificar-nos. Sacrificar-se no amor de Cristo significa, muitas vezes, morrer para si mesmo pelo bem dos outros. Assim vive um pai, uma mãe, um filho, um religioso, um padre... todos aqueles que descobriram a força da eucaristia. Quem se alimenta da presença real de Jesus na eucaristia encontra o sentido de viver bem, fazendo de cada sacrifício uma oblação de amor. 

Podemos dizer, com toda certeza, num mundo em que vivemos com tantas complicações nos relacionamentos - sejam eles familiares ou sociais -, nos desafios com os valores éticos e morais: se nós, homens e mulheres, não experimentarmos um amor maior, e dependermos somente de nossa miserável natureza egoísta, entraremos no vazio da existência humana como milhares de nossos irmãos já se encontram.

O que fazemos aos domingos, que é o dies Dominicus (dia do Senhor)? Além de descansar - para quem pode -, de passear e visitar os parentes e amigos, para nós cristãos é dia de participar da Ceia do Senhor! O Cristão que não participa da Eucaristia semanal corre o risco de se contaminar com tantas “porcarias” que se apresentam como sendo “realização” e “felicidade”. Felizes os que podem se aproximar diariamente do Banquete do Senhor. Não nos iludamos: Jesus, ao se fazer nosso alimento, sabia de nossas fraquezas, e que teríamos uma cruz para carregar. Não queiramos achar que temos forças próprias para os sacrifícios que a vida nos exige no dia-a-dia. Alimentemo-nos do verdadeiro amor, e teremos amor para oferecer.

Pe.  Estêvão Maria, FGMC
Superior do Mosteiro da Divina Misericórdia

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